segunda-feira, 3 de maio de 2010

É, quase um mês sem escrever aqui, mas vivendo muitas coisas no tempo presente, aqui e agora.
Mudei de casa, depois de alguns contratempos e chateações na outra casa. Mas, agora, estou num lugar bacana, bairro lindo, vivendo pela primeira vez um outono de verdade.
Depois dos primeiros meses estando mais triste do que feliz, por motivos diversos (saudades, mudanças, términos de relações, solidão, estranhezas), agora posso dizer que estou enamorada por Buenos Aires. Cada vez que saio por aqui, meu coração se enche de alegria em estar aqui e poder vivenciar todas as experiências, boas e ruins, que aparecem quando se está num país que não é o nosso.
Minha mãe esteve aqui comigo, por uns cinco dias e foi muito bom. Me trouxe carinho de mãe e comidinhas de Salvador, incluíndo polpas de fruta, que eu encaro como preciosidades dentro do meu congelador.
Semana passada, conheci uma menina peruana, muy buena onda, no metrô. Isso é raro, de gente aqui puxar papo no metrô: logo vi que não era argentina. Trocamos contatos e uns dois dias depois, sai com ela para andar de bicicleta. Foi genial! Nunca tinha andado de bicicleta aqui e em nenhuma cidade, para dizer a verdade. Fomos a um monte de lugares lindos - Bosques de Palermo, Rosedal e Bairro Chino - todos ainda desconhecidos para mim, e fiquei encantada: como Buenos Aires é uma cidade linda!
No sábado, dia 1 de mayo, teve um show gratuito de Caetano Veloso. Me juntei com um monte de brasileiros, mais um amigo da Dinamarca e fomos todos ver " el bahiano más querido". Estava mega lotado e aconteceu uma coisa rara, um exemplo legítimo da falta de trato dos argentinos (das mulheres, sobretudo). Queríamos passar de um lado ao outro, mas havia um monte de gente sentada. Daí, quando fomos passar, um velha com cara de anos 80 mal vividos começou a estressar, a falar que ela já estava ali, que a gente tinha que dar a volta, blablabla, dai outra argentina começou a brigar com ela, ficou aquela baixaria porteña, e eu e meus amigos incrédulos olhando. Daí, tentamos passar e velha ficou histérica, falando horrores e eu não me aguentei: falei em bom e alto português que ela não merecia ver Caetano Veloso e que os argentinos tinham que aprender, com os brasileiros, a receber bem as pessoas. Que ela era uma grossa e mal educada, que não merecia ver nada do Brasil. Daí, ela começou a falar e eu me virei e dei língua geral pra ela, outros argentinos começaram a me apaludir, me apoiando, porque a louca simplesmente se sentiu dona de um espaço público! Fala sério. Minha brasilidade falou mais alto e, na verdade, já estou de saco cheio da falta de carinho e de alegria da maioria do povo argentino (digo maioria, porque há uma minoria super doce e amável).

Estou gostando muito de estar aqui. Tenho aprendido muito comigo mesma, a contar comigo e a estar bem, acima de tudo. Estou dando as mãos a uma Mariana diferente, ainda desconhecida para mim, mas que me acompanha e me faz feliz todos os dias.

Ah! Para vocês verem, logo quando eu cheguei ao meu novo bairro, vi, perto da minha casa, em muro que passo todos os dias, a seguinte frase: Mariana, te amo!

Agora estou assim: enamorada de Buenos Aires y, sobre todo, de mi.

domingo, 4 de abril de 2010

Cambiando, de nuevo.

Aqui em Buenos Aires já tive muitos começos e recomeços. Esta semana terei mais um. Estou mudando de casa novamente. Eu estou alugando um quarto na casa de uma argentina e como já havia dito num post, o quarto é sim muito espaçoso e luminoso. O bairro, Recoleta, é bem legal, com parques agradáveis, espaços culturais interessantes e bem localizado. Mas... me sinto super sozinha aqui. A argentina que mora aqui não convive comigo. O apê é super pequeno então, ela sempre está no quarto dela, e eu no meu. Apesar de ter a mesma idade que a minha, ela nunca me chamou pra sair, pra ir ao cinema, nunca me indicou alguma coisa bacana pra ver. Não me trata mal, mas tampouco me trata bem. Isso me deixa péssima, somado ao fato de que aqui não tem televisão (utensílio indispensável quando você está morando só em outro país) e o pior: não posso receber visitas - isso sim é terrivelmente péssimo. Se eu achava que tinha vivenciado a solidão em Salvador, é porque realmente não tinha ido morar forar: aqui, estou experimentando a real sensação do que é estar sozinho. É duro e sofrido, mas acho que faz parte da experiência à qual eu me propus e com a qual eu estou aprendendo muito e revendo muitos pontos de vista.

Enfim, vou mudar. Andei esses últimos dias buscando apartamentos e encontrei um onde não vou alugar o quarto e sim dividir o aluguél do apê com a outra moradora, Ludmila, uma argentina que me pareceu ser boa gente. O apê é lindinho: tem dois quartos, uma sala, uma cozinha, banheiro, todos de tamanhos razoáveis, além dois gatos, Mou e Negrita. E tem uma varanda enooorme, com muitas plantas. E, o melhor de tudo: será minha casa. Meu apê. Onde poderei receber quem eu quiser. Já estou planejando um almoço de comemoração, reunindo os amigos que tenho aqui (brasileiros, argentinos, colombianos e alguns de outras partes do mundo): uma moqueca baiana, com muitos camarões e com o dendê que a mãe de Rebeca mandou pra ela. O meu quaro não tem muitos móveis: um colchão de casal, no chão, e um armário. Mas, vou procurar uma mesinha baratinha pra comprar e, aos poucos, vou arrumando meu novo mundo. Antes de ter móveis eu quero é estar feliz e ter a sensação de que tenho um lar, um espaço. Espero que dessa vez dê tudo certo (torçam por mim!).

Ontem, o clima mudou radicalmente: está fazendo um frio terrível para os meus padrões baianos. Não consegui nem sair ontem à noite, de tanto frio que estava sentindo. E hoje continuou a fazer frio e acho que, a partir de agora, o negócio vai piorar. Fui conhecer o Cementerio de la Recoleta, que é tipo o Campo Santo de Salvador, mas mais bonito e com mausoléos super grandiosos. Há um monte de heróis da independência enterrados lá, alguns ex-presidentes, pessoas de famílias ricas, mas, na verdade, o que todo mundo quer ver no cemitério é o túmulo de Evita Péron. Ficamos buscando um tempão o bendito túmulo, junto com outros brasileiros (hoje só tinha brasileiro no cemitério, todos ávidos em ver a "eu serei milhões" da Argentina). O cemitério é lindo, vale a visita.
Depois, voltinhas pela Recoleta, café com muffin, jazz anos 20 e frio, muito frio. Voltei pra casa escutando música e pensando nas muitas coisas que ainda estão por vir.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Acontecem coisas muy raras comigo aqui em Buenos Aires.

Com frequência eu encontro amigos brasileiros pelas ruas. É sério. Encontrei Mariana, uma menina também de Salvador e que não via há muito tempo, duas vezes: una no subte (metrô) e a outra no banheiro do shoping de Palermo. Outra vez, encontrei Simone, uma menina super linda, paulistana, que só conhecia por internet, uma vez em Caballito (um bairro longe, num início de tarde) e outra vez na Santa Fé. Rimos muito com isso.
Ontem, encontrei Vitor, meu colega de curso, aqui na Recoleta mesmo, quando eu voltava de uma sessão de fotos pro meu curso de foto de moda. Raro demais.

Ontem, fui na casa de um amigo, Agustín, também fotógrafo, para ajudá-lo numa produção de moda que ele vai fazer com a Fotografia NumeroGamma. Achei a modelo (Monique, uma figura encantadora do Rio de Janeiro, que conheci numa festa de salsa e voltei a reencontrar, do nada, em Palermo)e vou ajudar a montar os looks. Bem, voltando. Peguei o ônibus para is até a casa dele, que eu nunca tinha ido. Avisei ao motorista: vou ficar no cruzamento da Rivadavia com Urquiza, dale? Para ele me avisar. E sabe o que aconteceu? O bendito se esqueceu de mim, de modo que tive que ir até a última parada do ônibus, esperar uns dez minutos e voltar com ele tudo de novo. Hu! Consegui chegar, fizemos a reunião, decidimos coisas e comemos uma tarta (espécie de torta salgada com recheio) que Felipe, un chico del Chile, muy buena onda, fez pra gente.

No meio do bate papo, eis que eu resolvo ser rara. Já tinha visto algumas placas aqui com o seguinte dizer: Sr Peaton, favor mirar a ambos los lados antes de cruzar.
Eu, com minha imaginação expansiva, pensei: quem será esse Sr. Peaton, que nunca olha pros dois lados? E imaginei um velhinho americano, desavisado, que quase deve ter morrido por ter cruzado a pista sem olhar pros lados. Bem, ontem vi a mesma placa perto da casa de Agustin. Intrigada, perguntei: ei gente, quem é esse Sr Peaton que nunca olha pros dois lados? Riso geral. No, no es una persona. Peaton son los pasantes (ou seja: eu, você e todo mundo mais que passa todos os dias pelas ruas de qualquer cidade de qualquer país). Eu: gente, eu jurava que era um velhinho, blablabla. Eles riram ainda mais, acharam gracioso e tudo. Eu é que fiquei sem graça nenhuma com a minha imaginação de cinema.

Rara demais.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Estou vivendo em um bairro chamado Recoleta. É bem agradável e bem tranquilo. Quando vi a minha rua, achei parecida com o Corredor da Vitória, por causa das muitas árvores, mas logo vi que o bairro todo, de modo geral, tem muitas árvores. Aliás, Buenos Aires é uma cidade muito arborizada, com muitos parques e espaços públicos, o que não impede que a cidade tenha um ar super carregado por conta da poluição ( acredito que os aires daqui já tenham sido buenos mesmo, em algum passado mais remoto). Mas, ainda assim, é uma cidade muito bonita, muito intensa e encantadora. Gosto cada dia mais de descobrir a cidade, de entender o idioma e também, principalmente, a estar sozinha e estar bem no meio de tudo isso. Sim, estou sentindo uma saudade danada da minha família, do meu namorado, dos meus amigos e dos meus cachorros. É difícil estar sozinha em um outro país. Um dia desses, fui caminhar pela Recoleta. Adoro caminhar por aqui. Fui conhecer o Museo Nacional de Bellas Artes (que tem uma coleção bem interessante de obras de arte - principalmente européia, como de praxe - mas também possui uma coleção de arte indígena pré colombiana que é incrível, a visita vale super a pena só para ver esta coleção) e também o Centro Cultural Recoleta, que privilegia mais a arte contemporânea argentina (e tinha muita coisa boa por lá, muitas exposições de pinturas e desenhos). Depois, me sentei no jardim da Plaza Francia, que fica lotada de gente nos finais de semana. Gente comendo, bebendo mate (paixão nacional dos argentinos), crianças correndo, artistas de circo, bandinhas de músicas, grupos de amigos, batucadas, um montão de coisas tudoaomesmotempo e eu... sozinha! Bem, não foi o fim do mundo estar sozinha, mas deu uma vontadezinha de ter algum amigo ao meu lado, pra conversar e rir da vida, pra comentar sobre uma menina que estava dançando super mal (eu registrei no celular, e precisava de uma amiga má, tipo minha prima Renata, hahaha, para fofocar sobre as pessoas). Ui, tô sentindo uma saudade!

Mas vou indo, aprendendo um monte aqui. Entendendo as diferenças, que são muitas.
A ver:


- Água aqui é masculino ou seja, el água, un água. Eu sempre me confundo e peço "una água por favor". Não aceito que água seja masculino, prontofalei.

- Aqui não tem suco. Aqui não tem polpa de fruta. Aqui rola, no máximo, um espremido de naranja, e os outros raros sucos que tem custam muito, muito caro (algo em torno de 15 pesos). Por isso, todos bebem muita gaseosa (refrigerante) por aqui.

- As festas aqui começam muito tarde. Tipo, 2 da manhã. Eu sinto sono às 2 da manhã, de modo que os amigos daqui já me chamam de la abuelita (a vovózinha). Fatal demais.

Tem mais coisas, que não me recordo agora.

Mas, vamos seguindo.

sábado, 6 de março de 2010

Lar, dulce lar.

Ufa. Ufa. Ufa.

Depois de buscar por mais de uma semana um lugar para chamar de meu, eis que o encontrei. Encontrei!!!!
Estoy tan contenta! Encontrei um quarto lindo, num bairro lindo, tenho cama de casal e tudo. Arrasei. Estou morando com uma argentina muito simpática, Soe e a perrita dela, que não me recordo o nome agora (perrita = cachorrinha). São dois quartos na casa, cada uma com o seu, un baño, uma cozinha pequenininha, com uma mesinha pra comer. Bem pequenininho, mas o quarto é lindamente grande. Acho que serei feliz aqui.
Estou morando num bairro chamado Recoleta, um bairro bem residencial, com muitas árvores e abuelitas (vovózinhas) passeando com seus cachorros. É uma das zonas mais bonitas de Buenos Aires e eu não tinha vindo aqui ainda. Só estava circulando pelo centrão, o meu hostel mixuruca por exemplo, ficava numa rua bem feia de San Telmo. Eu morria de medo de caminhar até lá de noite. San Telmo é um bairro bem gracinha, mas é mais pro dia. De noite, em algumas áreas, se torna um lugar, digamos, um pouco estranho. Não tenho muito o que dizer agora daqui. Amanhã vou ao mercado e darei uma circulada pela região.

Feliz estou. Mudanças e recomeços (já tive mais de um aqui em Buenos Aires).

Mudando de assunto, hoje eu acordei querendo ser feliz e estar feliz. Então, fui caminhar por San Telmo. Tenho caminhado muito por aqui - como não tem ladeiras, sempre penso que posso caminhar (às vezes, ando demais e chego acabada em casa, pensando: putz, deveria ter vindo de subte). Conheci a Casa Mínima (que é um exemplar único em toda a cidade de um tipo de construção do século XIX, uma casa super pequena e comprida, que era dada pelo senhor ao seu escravo recém alforriado)-http://grupoviagem.uol.com.br/GRV_Materia.vxlpub?codMateria=85
Depois, fui buscar o Museo del Cine, mas ele está em obras - fiquei um pouco desapontada, eu, uma viciada em cinema, estava ansiosa para ver o que tinha nesse Museo. Seguindo a caminhada, fui até o Parque Lezama - meu primeiro parque aqui em BsAs. Acredito que deva ser um dos mais simples da cidade. Não é muito grande, mas foi agradável sentar, ficar deitadinha na sombra, ver um piquinique de uma família de peruanos (ou seriam bolivianos?), um menino fazendo malabares, um monte de cachorros correndo pela grama, criança, velhinhos jogando xadrez. Acho que já gosto dessa cultura de viver os parques.
Depois, fui ao Museo Histórico Nacional - uma casa lindíssima em estilo italiano - que apresenta uma história concisa da Argentina do século 16 ao 19 mais ou menos. Programinha pra quem gosta de cultura e história. Tem uma coleção de fotografias antigas muito legal e também uma simulação de como funciona uma câmera escura. Bem em frente ao parque está a Iglesia Ortodoxa Rusa, que eu não pude visitar por estar fechada, mas que tem uma fachada linda, com cúpulas azuis enormes, cheinhas de estrelas. Na volta, fui caminhando até o hostel, entrando em algumas lojinhas e galerias de San Telmo, que é um bairro muito agradável para passear de dia.

Depois de tudo isso, ainda fui ver dois quartos, um deles estou ocupando neste exato momento feliz. O quarto tem janela e, vejam só, tem luz! É luminoso! É claro! É espaçoso! Não vou nem ficar falando muito porque corro o risco de todo mundo vir até aqui, pedindo pra ficar (risos).

Amanhã, um novo dia. Vou dormir até a hora que o corpo pedir, porque estou realmente cansada e quero super desfrutar desse colchão enorme, depois de dias dormindo em um colchão que, definitivamente, não gostava muito da minha coluna.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Nessa de buscar apartamento, eu acabo conhecendo mais a cidade. Hoje mesmo, fui visitar três quartos. No primeiro, eu não iria poder usar o comedor (em português entende-se: sala de jantar). Cozinha minúscula, sem mesa... Onde eu iria comer? Deduzi que seria no quarto e pulei fora quando a dona me disse que morava ela, a filha e o neto de dois anos (e também não podia receber visitas). Me imaginei comendo no chão, uma criança chorando e meus amigos falando comigo por telefone de copinhos pela janela. Não, não. Os outros eram mais legais, mas os dois muito escuros. Precisariam sempre estar com as luzes acesas, mesmo de manhãzinha. Eu sou acostumada com a luz solar de Salvador, sou fotógrafa, luz pra mim é tudo, sou capaz de achar uma pessoa bonita só por causa da luz que está se refletindo nela. Sem luz, não! (acho que os engenheiros argentinos deveriam passar umas férias na Bahia, fica a dica).

Como estou procurando intensamente moradia, não pude ir aos lugares que quero conhecer, mas, em compensação, andei de metrô com cara de anos 20, subi em elevadores daqueles que você tem que correr a porta (bem antigos!), encontrei uma amiga brasileira, que só conhecia através de orkut, numa rua no meio do nada, totalmente por acaso, comi minhas primeiras empanadas portenhas e conheci Puerto Madero (e achei bem sem gracinha - prefiro o centro, com suas ruas cheias de gente, prédios antigos, vendedores peruanos, cafés e avenidas imensas).

E, que feliz, descobri um cinema de arte com filmes a dez pesos (algo como 5 reais). Vou no fim de semana ver " El secreto de tus ojos", uma película argentina que está bombando por aqui e no mundo, por conta da indicação ao oscar (e eu adoro o cinema argentino, quero ir num cinema mais com cara de cinema aqui. Só fui ao cinema do shopping - vi "Desde mi cielo", filme novo do Peter Jackson ("Senhor dos Anéis) e gostei muito. Me dei conta de que, aqui, o cinema vai ser meu companheiro quando eu sentir saudades - posso chorar no escurinho, mistura de emoção pelo fime e dos meus sentimentos de estar só e ao mesmo tempo acompanhada das minhas lembranças).

Amanhã, verei mais apartamentos. Ojalá (aqui se usa muito essa expressão) eu consiga.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Sigo buscando apartamentos e casas.

Se você, amigo brasileiro, está pensando em vir para Buenos Aires, porque o real vale mais que o peso coisaetal, atenção: os aluguéis aqui são muito caros! Um quarto horroroso, sem janelas, numa casa caindo aos pedaços pode te custar cerca 1.200, 1400 pesos (algo em torno de 700, 800 reais). Uó! Claro que é possível encontrar coisas mais em conta, mas, para isso, tem que se buscar muito! E é o que estou fazendo. Hoje vi uma casa em Palermo (que é um bairro bacana daqui), mas não gostei do quarto - tinha uma janelinha obscura, era bem pequeno, não ia caber nem a minha super mala. Bueno, amanhã verei um outro quarto. Estava bem aflita com isso (na verdade, ainda estou), mas sigo tentando e com esperanças de achar algo legal e agradável.

Hoje começou uma das minhas classes. É um curso de verão de foto de moda. Turma pequena, professor simpático, escola bonitinha. Acho que vou gostar. Amanhã começo um curso de retoque digital (ou seja, Photoshop) e vou no Rojas ( uma escola de cursos de extensão da Universidade de Buenos Aires) me inscrever em um monte de cursos de fotografia e um de cinema, de criação de curtas metragens. Estou empolgada.

O hostel, apesar de ser bem mixuruca, tem um pessoal bem legal. Todos jovens que vieram pra cá estudar. Há uma turma de colombianos (chicos e chicas) que são muito legais, um deles está estudando gastronomia e vai me ajudar a fazer o feijão que comprei com uma peruana.

Estar com outros estrangeiros é bom. Há uma maior disposição em ajudar uns aos outros e, de modo geral, eles gostam muito do Brasil e da nossa cultura. Sempre ficam animados quando falo que sou brasileira - dizem que nossa língua é linda, que o nosso povo tem um astral que nenhum outro tem. Tem sido uma experiência bacana.

Hoje, caminhando até a escola, percebi o quanto os argentinos fumam. É impressionante: homens, mulheres, todos fumam muito! E não era nem 10 horas da manhã.
Fatal demais.

Sigo vivendo acá e escrevendo. Estou gostando, apesar das saudades, e aprendendo coisas novas todos os dias.

Un beso!